Perdas financeiras ocasionadas por produtos esportivos contrafeitos e transmissões piratas chegam a 1 bilhão de euros no continente europeu
A preocupação com a pirataria cresce a cada ano na Europa e nas Américas. À medida em que a Europa se organiza para sediar eventos esportivos de grande alcance, como a UEFA Euro, o Tour da França e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris, a União Europeia (UE) tem enfrentado, cada vez mais, tendências alarmantes que evidenciam o aumento da comercialização de artigos esportivos piratas e de streaming ilegal de esportes.
De acordo com o Instituto de Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO, na sigla em inglês), milhões de cidadãos da UE acessam ou transmitem conteúdos esportivos de modo ilegal no ambiente digital, enquanto a venda de produtos esportivos contrafeitos resulta em perdas de 850 milhões de euros anualmente, sendo a França o país mais afetado, com mais de 140 milhões em perdas.
Importante mencionar que a incidência da pirataria ocorre de maneira significativa entre a população jovem do continente europeu, com idade entre 15 e 24 anos. Segundo o Estudo de Percepções sobre Propriedade Intelectual do EUIPO, 12% dos cidadãos europeus acessam ou transmitem conteúdo esportivo proveniente de fontes ilegais online. No entanto, este número sobe para 27% quando mensurado entre os jovens de 15 a 24 anos de idade.
Em relação ao consumo de artigos esportivos, o Painel de Avaliação da Propriedade Intelectual e da Juventude do EUIPO demonstrou que 10% dos jovens da União Europeia admitem ter comprado produtos esportivos falsificados intencionalmente, enquanto 7% dos entrevistados relataram a compra de artigos contrafeitos de maneira acidental.
Na América do Sul, os dados são igualmente alarmantes. De acordo com pesquisa da ALIANZA, 23% dos mais de 81 milhões de usuários acessam a TV por assinatura por meios ilegais na América Latina e Caribe. Nos Estados Unidos, a vice-presidente da Major League Soccer (MSL), principal liga de futebol profissional masculino entre clubes do país, destacou que a indústria esportiva movimentou US$ 55 bilhões em 2023, mas perdeu US$ 28 bilhões devido à pirataria, mais da metade do que foi faturado.
Neste contexto, o Brasil figura como o principal desafio do continente. Segundo estudo encomendado pela ÁPICE, e realizado pelo IEMI, aproximadamente 30% do mercado de artigos esportivos no país é composto por produtos piratas, representando a comercialização de mais de 170 milhões de unidades falsificadas apenas no ano de 2023. Esta prática ilegal resultou em um prejuízo de R$22 bilhões para as marcas esportivas, gerando a perda de milhares de empregos formais e um dano de R$5 bilhões em impostos não pagos aos cofres públicos.
Mas quais as potenciais soluções para esse problema? Uma operação feita pela Grécia e Espanha, chamada Fake Star, resultou na apreensão de oito milhões de artigos esportivos piratas, avaliados em mais de 120 milhões de euros. Já na Itália, a Série A, organizadora do campeonato local de futebol, lançou uma campanha antipirataria, destacando os malefícios da pirataria, especialmente na perda de milhares de empregos.
Renato Jardim, diretor-executivo da ÁPICE destaca a importância de combater o problema. “A pirataria tem crescido exponencialmente tanto na Europa quanto na América, impactando severamente a indústria esportiva. No Brasil, a atuação coordenada entre órgãos municipais, estaduais e federais é essencial para a efetiva fiscalização, identificação e diminuição da incidência da venda de produtos esportivos piratas nos ambientes físico e digital, contribuindo para combater esse problema que ameaça bilhões em receitas e milhares de empregos.", finaliza.
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