Dados do relatório The World Footwear Yearbook revelam que a produção mundial de calçados atingiu 22,4 bilhões de pares em 2023, representando um decréscimo de 6% em relação ao ano anterior.
A produção mundial de calçados atingiu 22,4 bilhões de pares no ano de 2023, apontando para uma diminuição de 6 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Os números foram revelados na 14ª edição do relatório The World Footwear Yearbook 2024, recém-publicado pela World Footwear, iniciativa da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS).
Segundo o estudo, que analisa as principais tendências da indústria global de calçados, a Ásia correspondeu a 87% da produção mundial no ano indicado, apesar da manufatura de calçados no continente ter apresentado uma queda de 7 pontos em relação ao ano anterior. Neste cenário, a China destacou-se como o principal país fabricante do produto, com aproximadamente 55% da produção global. O continente asiático foi seguido pela América do Sul, representando cerca de 5% da produção mundial, África (3,4%), Europa (2,8%), América do Norte (1,5%) e Oceania (sem produção significativa).
Em termos de consumo, a Ásia também se mostrou dominante. Somente no ano de 2023, o continente respondeu por mais da metade do consumo global de calçados (54,7%), acima dos 53,2% em 2022. A Europa e a América do Norte aparecem em seguida, com 13,9% e 13,4%, respectivamente. Logo após, encontram-se a África, com uma participação de 10,3% no consumo global do produto, a América do Sul, com 6,8%, e a Oceania (0,9%).
Ainda de acordo com o relatório, as exportações mundiais de calçados registaram um declínio anual de 9,1%, totalizando 14 bilhões de pares exportados. O continente asiático consolidou sua posição no comércio global de calçados, com sua participação coletiva aumentando de 83,9% para 84,6%. Ou seja, a participação da Ásia nas exportações é inferior à sua participação na produção global, indicando que a região vem se consolidando em termos de consumo e não apenas de produção.
No Brasil, observou-se uma pequena diminuição de 2,3% na produção de calçados, atingindo 865,6 milhões de pares em 2023. Registrou-se, em menor escala, uma redução em termos de valores, concluindo o ano com a produção de R$33,3 bilhões e uma retração de 1%. Já o consumo aparente de calçados no país registrou estabilidade, passando de 770,1 milhões de pares, em 2022, para 775,6 milhões de pares em 2023.
As exportações brasileiras de calçados decresceram 16,6%, passando de 141,9 milhões para 118,3 milhões de pares exportados em 2023, demonstrando que os calçados produzidos nacionalmente destinaram-se, em grande medida, ao mercado interno. A redução também ocorreu em relação aos valores: em 2023, as exportações somaram aproximadamente US$ 1,16 bilhão, retratando um declínio de 10,9% em relação ao valor constatado em 2022 (US$ 1,31 bilhão). Já as importações brasileiras de calçados apresentaram um desempenho positivo em 2023 tanto em termos de valores (+ 20,6%), quanto em termos de volume (+ 9,8%), totalizando, respectivamente, US$ 442,7 milhões e cerca de 28,4 milhões de pares de calçados importados no ano.
Com isso, é possível constatar que as exportações brasileiras são muito superiores às importações, uma vez que, para cada calçado importado no Brasil, mais de quatro pares são exportados. Importante mencionar, ainda, que o volume de calçados importados corresponde a irrelevantes 3,66% do consumo aparente. Ou seja, a cada 100 pares de calçados comercializados no Brasil, 96 foram fabricados localmente, enquanto apenas 4 foram importados, indicando balança comercial extremamente favorável à indústria nacional, além de baixíssima integração do Brasil no comércio global. Tal situação está refletida em uma oferta que não tem diversidade adequada de produtos, deixando o varejo brasileiro menos atrativo para o consumidor, que acaba optando pela compra em marketplaces internacionais e prejudicando, assim, toda a cadeia de valor no país.
A produção de calçados do segmento esportivo no Brasil apresentou performance superior em comparação aos demais segmentos do setor, registrando um ligeiro resultado negativo de 1,2%. No total, 80,6 milhões de pares de calçados esportivos foram produzidos no país em 2023. O consumo nacional aparente de calçados esportivos também apresentou estabilidade, com um resultado positivo de 0,4%, passando de 82,7 milhões de pares, em 2022, para 83,1 milhões em 2023.
Em termos nominais, o preço médio por par foi de R$ 63,89 (preço na fábrica), representando um crescimento de 4,6%.
As importações do segmento esportivo, após queda nos últimos anos, voltaram a se recuperar, demonstrando um importante caminho de retomada para uma oferta mais diversificada com o complemento dos produtos importados no consumo nacional. Apesar da recuperação registrada em 2023, o desempenho ainda não alcançou os volumes históricos e a participação da importação no consumo aparente ainda é muito pouco expressiva, o que aponta para a necessidade de maior integração da economia brasileira no mundo, em especial do segmento esportivo, onde há forte presença e demanda pelas marcas internacionais.
Em termos de valores, as exportações de calçados esportivos no Brasil apresentaram alta de 42%, aumentando de US$ FOB 68,6 milhões para US$ FOB 97,4 milhões em 2023. As importações também registraram crescimento de 26,7%, passando de US$ FOB 154,3 milhões para US$ FOB 195,5 milhões no ano de 2023.
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